Olá people,
Visitei o atelier da Maria Cereja na semana passada e fiz uma entrevista com a estilista Ana Cristina Prates.
Casamento Criativo: Como começou sua carreira?
Ana Cristina: Minha mãe já está no ramo de
casamentos há mais de 30 anos, mas só fazia vestido de daminhas e
quando eu assumi a loja há 9 anos comecei a fazer vestidos de
noiva.Trabalhei muito tempo no mundo corporativo, mas o que eu
gostava mesmo era fazer vestidos para as amigas nos fins de semana.
CC: O que é mais importante ao
escolher o vestido de noiva?
AC: Algo importante é se visualizar no
contexto todo do casamento, imaginar as cores da igreja, da festa da
decoração. Como se ela estivesse montando uma foto. Se imaginar
dentro deste contexto todo, com o vestido o cabelo o sapato, nunca
indo para o lado da fantasia, tentando colocar a sua personalidade.
Eu vejo que as noivas pensam em um universo muito vasto, então o
certo é começar a partir do que você não gosta, olha eu não
quero um tomara-que-caia, não quero um vestido duro e juntar todas
as coisas .Tem que fazer prova de tudo e ver se gosta. Não adianta a
mãe gostar ou a madrinha, porque no final das contas quem vai ter
que ficar feliz depois do casamento é a noiva.
CC: O que você pensa da tendência dos
vestidos coloridos?
AC: O vestido todo colorido é um vestido
de passarela, para se diferenciar e chamar mais atenção. Para noiva
não é algo que aconteça muito na realidade, mas um cinto na cor
diferente, azul, preto, fica muito elegante e lindo.
CC: Qual o corte mais pedido? O
tomará-que-caia ainda está em alta?
AC: Ainda é um tipo de corte que veste
muito bem. Mas o tomara-que-caia é para algumas noivas. Temos que
ajudar a noiva a idendificar o corte que vai ficar melhor para ela. É
mais ou menos como uma arquitetura, uma questão de olhar para as
proporções do corpo e equilibrar as formas.
CC: Como foi passar da confecção de
vestidos de daminha para os de noiva?
AC: Eu sempre gostei de fazer roupas para
adultos, então para mim não foi uma transição difícil porque já
estava em mim. Foi um pouco complicado para a marca, porque o nome
Maria Cereja está muito ligado às daminhas de honra porque minha
mãe fez isto por muito tempo. Mas aos poucos as pessoas vão
percebendo a mudança, que é gradativa. O grande momento da Maria Cereja foi o
nosso primeiro desfile agora no Casamoda Noivas. Os vestidos que
apresentamos na passarela são de confecção rápida e conseguimos
enviar para todo o Brasil em até setenta dias, mantendo a qualidade
de um vestido de alta costura.
CC: Qual o perfil das
suas noivas?
AC: As noivas Cereja são românticas, elas
gostam de detalhes nas costas, com isso a gente acaba se
identificando. Elas gostam de muito detalhes, muita renda. Um vestido
imponente, mas leve.
CC: Como surgiu a inspiração para a nova
coleção?
AC: Meus vestidos sempre foram vestidos
mais lânguidos e este ano eu estava com vontade de fazer esta coisa
da princesa, vestidos mais armados,mais rodados, mais com a cara da
Maria Cereja. É um vestido que ganhou pompa, mas não perdeu a
leveza. Creio que a noiva está com mais vontade de se arrumar de se
cuidar, de ser mais princesa. A noiva agora está querendo valorizar
mais as tradições de familia, as jóias de família, valorizar o
que é bom.
CC: Como foi participar do primeiro desfile
da Maria Cereja?
AC: Foi uma locura! Tem toda uma logística
muito grande. Não é só fazer vestidos maravilhos e levar para a
passarela, tem que casar tudo. Ainda mais eu que sou muito atenciosa
com esta coisa de montar o look todo. Tive que harmonizar o estilo de
cada vestido com a maquiagem, o cabelo, a modelo e pensar nas jóias,
mas foi muito gratificante, foi uma loucura gostosa. Já estou
sonhando com o Casamoda 2014.
CC: Para onde a Maria Cereja está
indo? Vocês pensam em deixar de fazer daminhas.
AC: Deixar de fazer daminhas jamais. A
Maria Cereja é uma marca de roupa feminina, de vestido de alta
costura. A tendência é aumentar, sem deixar de fazer o que nós já
fazemos. E as daminhas são o DNA da Maria Cereja. Tanto que no
desfile do Casamoda Noivas elas foram a sensação, a platéia
ovacionava porque deu aquela quebrada, foi uma surpresa.
CC: O que você sente quando vê o vestido
pronto?
AC: Eu adoro! É uma sensação de dever
cumprido e às vezes eu choro. Quando a minha noiva entra na igreja e
começa a tocar a música eu me emociono muito. Eu amo meu trabalho,
para trabalhar com noivas tem que ter vocação, tem que ter amor
pelo trabalho porque cada noiva é uma e cada casamento é único.
Cada cliente que eu atendo está vivendo o dia mais importante da
vida e isto dá uma emoção muito grande, quando eu penso que ela me
escolheu para participar deste dia é comovente .
Fotos do desfile: Agência Fotosite
Gostaram? Muito obrigada Ana Cristina pela entrevista ao blog, muito sucesso para você, seus vestidos são maravilhosos!
Se vocês quiserem conhecer o atelier os dados para contato são:
Maria Cereja
Rua Tapabuã,838-casa 6
Vila Aurélia-Itaim-São Paulo
11 3057-4035
2 Comentarios
Adorei a entrevista. Os vestidos são lindos.
ResponderExcluirBjs
Adorei a entrevista.
ResponderExcluirBeijos